Museu Memórias Vivas promove oficinas de educação sustentável em Belo Jardim
- André de Brito
- 3 de set.
- 3 min de leitura

Atividades integram a 19ª Primavera dos Museus e acontece até 30 de setembro, no Agreste de Pernambuco
Um pote de vidro que antes guardava doces agora pode abrigar temperos. Uma garrafa pet esquecida na cozinha se transforma em vaso de plantas. Até mesmo um pneu usado, em vez de ser descartado, ganha nova vida como canteiro florido. É a partir de pequenos gestos como esses que o Museu Memórias Vivas, do Instituto Conceição Moura, convida crianças e adolescentes de Belo Jardim, no Agreste, a descobrirem que a sustentabilidade começa em casa e pode crescer para o mundo. Até dia 30 de setembro, o espaço promove a oficina gratuita “Plantar ideias, colher consciência”, voltada para o público de 6 a 14 anos.
A atividade integra a 19ª Primavera dos Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus em todo o Brasil, que neste ano tem como tema “Museus e Mudanças Climáticas”. Em Belo Jardim, o museu conecta essa reflexão à sua própria história e ao território onde está inserido. Instalado no prédio da antiga Fábrica Mariola — a indústria que marcou época e cujo funcionamento dependia de práticas intensivas de lenha e do descarte inadequado de água —, o espaço se ressignifica como lugar de transformação e aprendizado.
As oficinas acontecem de terça a sábado, das 9h às 20h, e são abertas ao público. Para visitas de grandes grupos, é necessário realizar agendamento prévio pelo Instagram @iconceiçãomoura ou pelo WhatsApp (81) 9.7314-6655.
Durante cerca de 1h30, os participantes aprendem a montar uma mini-horta em copos reutilizados, enquanto refletem sobre temas como reaproveitamento de materiais, cultivo urbano e os impactos das mudanças climáticas. A proposta é mostrar, de forma prática e divertida, que cada atitude pode florescer em consciência ambiental.
“Nosso objetivo é mostrar que sustentabilidade não é um conceito distante. Ela começa com atitudes simples, como reutilizar um copo e plantar uma semente. Queremos inspirar uma nova geração de cidadãos conscientes, conectados com sua história e com o planeta”, destaca Lorena Tenório, coordenadora executiva do Instituto Conceição Moura.
Atualmente, Belo Jardim também abriga referências de inovação sustentável, como a Baterias Moura, que reutiliza mais de 80% da água em seus processos industriais e é considerada exemplo nacional em economia circular. Essa mudança de olhar, do passado para o presente, inspira a oficina: demonstrar que hábitos podem ser repensados e reimaginados para reduzir impactos ambientais.
Memória e acessibilidade
Instalado no prédio histórico da antiga Fábrica Mariola, o Museu Memórias Vivas oferece ao visitante uma experiência imersiva em sua exposição permanente. Fotografias, maquinários, documentos e réplicas em 3D reconstroem o ambiente da antiga produção de doces que marcou a memória afetiva e econômica de Belo Jardim por décadas.
O museu também se destaca por seu compromisso com a acessibilidade. O espaço é equipado com rampas, audiodescrição e intérpretes de Libras, garantindo que todos possam participar das atividades.
A proposta do espaço é ser um polo de arte-educação. Para Lorena Tenório, as oficinas realizadas em setembro reforçam esse papel transformador. “Nosso desejo é que o museu seja um lugar vivo, onde as crianças e os jovens possam aprender com alegria e desenvolver laços com a história da sua própria cidade.”
Assim, o Museu Memórias Vivas reafirma seu papel como elo entre passado, presente e futuro, onde a memória coletiva se transforma em aprendizado e sementes de sustentabilidade são plantadas para florescer em consciência cidadã.
O projeto é patrocinado pela Baterias Moura, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.













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